sexta-feira, 25 de novembro de 2011

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Quando teus olhos de novo se abriram vi um nada dentro de mim que não sei!
Escureceu a testa de tanta falta nas lembranças. É estranho não te querer. Acostumei-me ao contrario em tanto tempo que imaginar não ter isso é me projetar para tão longe do ser. Agora acredito viver o passado daquilo que jamais quis deixar escapar das mãos.
Ao partir dizendo não voltar te vi em tantas lágrimas cantando exílios de amor como ultima súplica compartilhada, mas foste, por sua conta, andaste até onde eu não pude mais te ver. Eis eu, agora,  não com os mesmo tons de coral, mas em um solo perturbado pronunciando baixo os versos que cantei, quando alimentado por teu silêncio. Esperei, como prometera, te chorei em noites inteiras. Tu foste a inspiração para a vida poética mais linda que criei, como personagem ideal de minhas óperas, porém nesse teu despertar pareço confrontar-me com a realidade de forças que se cruzam na tua vida, nos teus passos verdadeiros.
É com estranheza que sondo teus olhos à procura dos desenhos que esculpi nas noites, tudo está envelhecido, apagado. Decepciono-me ao engolir que o tanto amado era exatamente minha criação. Àquilo que respirei nos roteiros destas datas todas comemoradas a sós. Vejo em mim largos espaços que seriam evitados na tua ausência. Desse amor me sobrou o medo de dizer que ele acabou.

terça-feira, 28 de junho de 2011

22 de junho

Desculpa-me se tem que ser assim, nesse silêncio. Se podemos ser amigos e bons amigos e não somos por mim.
Ainda não passou.
Um dia eu quero poder te dá um abraço super forte e segurar na tua mão de novo, de uma maneira diferente, mas vou. Acho que agora ainda não dá. Tu ainda es meus pensamentos dos dias e noites, ainda converso contigo sempre, como uma prece, um desejo bom. As vezes eu me agarro comigo mesmo e finjo teu abraço, as vezes desenho teu sorriso na noite e fico ali, contemplando.
Não quero nada, não peço nada, tu me deste o suficiente pra que viva assim, na saudade, mas passou, como um amor perdido, como um historia linda com um fim desconhecido, para poupar as lágrimas.
Não sei se é absurdo demais ainda dizer que te amo, não sei se é absurdo demais pensar que isso é amor, talvez seja, como todo mundo fala que é, mas vivo isso ainda como parte tão grande de mim, pior, é um sentimento egoísta, onde queria eu ocupar qualquer lugar que seja estar do teu lado. Perdoe-me por isso, por não poder ainda ser teu amigo.
Alguém me disse que um dia isso passa, que o tempo vai levar e eu devo estar assim: esperando o vulto do tempo para segura-lo o quanto puder e te esquecer. Não como algo que nunca foi, mas como uma magia que marcou e ficou no seu lugar no passado, cheia de bons sentimentos, cheia de um exemplo doce. O tempo tarda, mas se tantos dizem que ele vai chegar, devo assim acreditar pelo menos para parecer menos insano.
Ontem talvez eu seja permitido em dizer que te amo, aproveito as faíscas do ontem pra poder expressar isso por aqui, pedindo licença e paciência: te amo!
Um grande abraço. Parabéns. Que Deus sempre guie seus passos para a sabedoria do caminho coerente, te desejo o melhor que há em mim.
Felicidades sempre!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Estar


Estar é flutuar entre todas as belezas operantes que integram o ar contingente de partículas vindas do corpo e jamais ser tocado por uma delas de maneira que me faça perceber existente

Estar é compor vigorosamente vidas e adquiri-las em idéias fantasiosas, líricas e heróicas

É como se eu escrevesse a crônica que dilata meus olhos conspirando então num sorriso verificado pelas substancias que salgam agora meu ser

Estar é confrontar parte que se foi com aquilo que ainda resta de tudo que não posso sentir

É viver sem vida, é praticar a intimidade infinita em meio a duvida de corresponder sorrisos

Estar, verdadeiramente é conviver sem medos de perder porque já se foi

É partir dos lugares sem anotar as lendas que se possa conviver por lá

É não mais cantar para futuros, mas viver lembranças

Estar é te lembrar quando nada se pode fazer pelos pensamentos que te trazem sempre

É querer felicidade sem pensar que ela não está em suas mãos

É abrir a alma e dilacerá-la em partes denotativas de um chão duro, em carinho de vidro

É contar dias e comemorar datas onde nada se possa fazer senão enxugar disfarçadamente as cortinas pulsantes caracterizadas pela ausência

Estar, é não estar, é querer, não querer.

É escrever o aleatório no branco e deixar brotar ressentimentos

Estar é não estar, querer e no fundo querer, somente querer.



sábado, 14 de maio de 2011

...

Não se preocupe, a madrugada vem, o frio a acompanha,
esse calor insuportável vai passar!
não, não, meu bem, sou muito mais que isso!
Dizem que sou louco, mas não dizem o que sou de verdade.
Nem sonhador, isso eu sonhei faz pouco tempo,
Apenas vendo se vira realidade.

Mais cedo eu pensei em voltar,
mas nada volta, não é verdade?
esse som entre a estrada e essa vida me acordou,
você também quando disse que queria respirar.
Eis que agora não durmo mais, não sonho mais
Você tambem tirou isso de de mim.
Me resta então a vontade do sonho
e o desejo do teu beijo
Coisas que não posso ter, 
Nem eu, nem você!

Observo que se aproxima uma tempestade,
ela, porém, não me trás medo.
Não tenho sentido tanto medo
Ele se foi em outra noite.

Vocês não falam sobre mim
Só dizem que sou louco!