sábado, 1 de junho de 2013

eTErnO

As vezes não tem como se curar de tudo e o jeito é viver na dor, se acostumar a ela. Acredite, se vives assim não es o único, quantas pessoas vivem dores maiores, iguais ou menores que tu, mas ainda assim vivem e vivem bem?

Já te sentiste muito feliz com algo? Com algo que tu somente o fizeste, onde ninguém teria feito, por covardia, medo, dúvidas ou falta de oportunidade, mas foste lá, enfrentaste tuas impossibilidades e o fez, porque realmente queria? Foste então o melhor do mundo, o mais feliz, o mais perfeito e mais amante, ficaste por cima dos que te criticaram, que quiseram fazer pensar o contrario e que muitas vezes, estes, se perderam apenas na vontade. Estas de parabéns!


Nada é eterno, sabia? Não falo de Deus, ele é sagrado e nele eu não toco por aqui, falo da vida, dos seres, das coisas. Tudo se movimenta, tudo se transforma, tudo cresce ou diminui, soma ou desaparece. Assim é o ciclo: o homem volta ao pó; a terra volta a ser uma imensa bola de fogo; e o universo, meu anjo, um dia será poeira novamente. Em seu tempo o giro é dado e esse giro é grande ou pequeno, depende de onde tu vês. Quanto tempo vive uma formiga? Como posso comparar a vida dela com a minha vida? Algumas pessoas vivem menos que uma formiga, sabias disso? Quanto não vale para essa pessoa poder viver esse instante mínimo? E para a formiga?

Devo-te dizer que tens que respirar sem ter medo que o oxigênio acabe, tens que andar sem ter medo que o sapato se gaste e fiques sem sola, tens que viver sem pensar que um dia não vais mais poder ter isso nas mãos, não, eu não garanto que sempre terás oxigênio, sapatos ou vida, aliás todos vão se acabar, todos deixarão um dia de ser, mesmo que em partículas infinitamente pequenas, que nem os cientistas ou filósofos ainda descobrira, deixarão de ser o que são agora para se transformar em algo que não posso prevê. Entretanto não podes querer respirar menos, andar menos ou viver pela metade, não dá pra querer pensar na vida como se fosse por regra diminuir o uso de coisas tão essenciais para ter em troca uma existência branda, sem intensidades, existência por existência... a vitalidade está no imprevisto, e por mais que sejas seguro e calculista, acredite, acontecerá o inesperado, o movimento é bem maior do pensado, do previsto.

A alternativa é voar, degustar enquanto o que nos faz bem é do jeito que nos faz bem. Sim, todos os amores são dignos, mesmo os menores, mesmo aqueles que vivem a vida de uma formiga. Os amores eternos na realidade são aqueles que sempre morrem, sei, não é isso que ouvimos por aí, que lemos nos contos, que vimos nas novelas, nas artes, no teatro. Fui educado acreditando que o amor eterno era aquela coisa cristalizada, perfeita, intocável e imutável, pior, criei esse amor na minha mente de uma forma tão idealizada, a ponto de me entregar o sangue e vive-lo como coisa que jamais encontraria novamente, vivi, aconteceu, mas a realidade o levou de mim porque de verdade ele não passaria de pontos finais em um fim de capítulo. Na vida não temos capítulos, temos atribulações, expectativas, temos em um mesmo dia a felicidade e a angustia, caminhando uma ao mesmo tempo da outra, sem que uma deixa de existir pela outra, elas coexistem e isso é o real.

Quando vires um amor eterno na sua frente - vais ver um dia, não se preocupe - ele existe pela tolerância, pela mentira ou existe simplesmente porque duas pessoas decidiram crescer juntas, não na mesma proporção, uma mais que a outra para determinada coisa e vice-versa dependendo da situação. Eles por algum motivo todos os dias, senão semanas, vão construir algo diferente, não pela sua própria vontade, mas porque a poeira que veio do deserto do outro lado do mundo os toca e envelhece sua carne da face. Porque todos os dias eles mudam, era isso que queria dizer. Esses amores eternos não têm nada de eterno, são duradouros porque não se preocupam em acabar e mesmo assim acabam, mas retornam, diferentes, gastos, renovados, repaginados...

- calma, já já eu termino, mas preciso de um pouco d’água, um instante.

Tem que ter muita sorte pra encontrar alguém que morra e nasça por ti todos os dias, aliás, nem sei se “sorte” é uma palavra que eu goste muito de usar, quando encontrar uma outra palavra melhor eu te digo, se quiseres falar também, eu deixo livre – continuando – também é preciso muita força quando tu te dispõe, mesmo com a melhor das intenções, fazer isso por alguém e essa pessoa não fazer o mesmo por ti. É difícil, não disse que é fácil, dá até vontade de não viver e as vezes bate o arrependimento porque o outro não merecia isso tudo que eu fiz, ou tu fizeste, não estamos sozinho nessa “luta”. (risos)

Não tem receita, nem sorriso, nem olhar que te sinalize o correto nessas horas, isso é puro risco, pura adrenalina, é coisa de te deixar sem ar, sem sapatos e sem vida. Não deixe de existir, de querer, de ser e fazer pela vida, mesmo que até ela um dia acabe. E quando quiseres um abraço, um beijo, um colo, estarei por aqui. Um grande beijo. Te adoro!




quinta-feira, 18 de abril de 2013

(---)


A tonalidade não me mentiu, repetiu e insistiu sua distância
E agora, entre o medo, a melancolia e o tempo
Não há disfarces de sentimentos, há saudade, há lembranças.


Mesmo que seja teu sorriso meu porto
Há mais que vultos expostos entre mim e ti
Existe o caminho e a vida, algo que não sei dizer
[só sei estar do teu lado].

Despetalar de rodeios o desencontro
Como momento, sem vento, sem desejo
Me vi em medo e espanto, não tenho mais que um pranto
Não quero mais que o teu beijo.

Parti sem poder sorrir, coisas de quem não vem mais
Um abraço o que mereci, a canção sem a mão que me apertou
Mesmo calado, cantou:
Receio! Te quero! Fica em paz!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

(...)


Vestia-se do luxo, em preto, em veludo e era protegida a sua janela, enorme, cercada em um vidro que espelhava o sol pela manha e as cinzas dos seus olhos pela tarde, e no seu fim, fim de tarde. Dia, dia, estava ali, sentada em solene corpo, admirando os passos que seguiam a rua. O portão em vezes batia o vento, era então quando se cresciam a vista e a esperança por algum momento. Ela ali, tomada pela ebriedade em seus leites avermelhados, pelo cálice sagrado, da vida, do rotineiro. Não pude saber seu nome, mas entendia uma dor sob os olhos que ardiam quando caía a noite e embriagada se prostrava ao chão em prantos, por menos um dia. Fervia em dor seu canto sofrido, sua sala manchada de vinhos óbvios arranhados em paredes de ambiente estilhaçado em vidros, quando ela enfurecida encostava suavemente sua raiva em taças coloridas da sua sina obtida pelo abandono.

O que se via daquela casa era uma grande janela, uma janela e um olhar, este se estendia nas extensões de mais da metade de um rosto, e se insanizava em cada ponta perdida nas sombras exageradas que maquiavam de delírios aquela silhueta que aos poucos se movia, sempre nos rumos mais percorridos, sempre na ordem mais esperada. Ela se perdia, acolhia a droga que a sustentava, mas que aos poucos a fazia inexistente, era o vício por um amor deixado, por uma dor comovente e por que não ao sorriso melhor dado? Mas não agora, em um momento ausente, existente, passado. Não julgaria seus pensamentos, nem sua espera, nem sua loucura. Era como se ao mesmo tempo a condenasse, e ao mesmo tempo lhe tinha admiráveis pensamentos. Não vi amor maior que este, escrito em sua boca seca, borrada pela bebedeira, tocada pela amargura.

Musa que adormecia em deleite estático, imacio, frio, contorcia-se em meio as gotas despejadas, ensopava-se num rio vermelho escuro, deixava que a mesma luz do dia a desfizesse em sombra curta e a manchasse no seu único piso, único cômodo, no seu móvel mais acabado pelo uso, o chão, à falta de vida.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

...

Quando teus olhos de novo se abriram vi um nada dentro de mim que não sei!
Escureceu a testa de tanta falta nas lembranças. É estranho não te querer. Acostumei-me ao contrario em tanto tempo que imaginar não ter isso é me projetar para tão longe do ser. Agora acredito viver o passado daquilo que jamais quis deixar escapar das mãos.
Ao partir dizendo não voltar te vi em tantas lágrimas cantando exílios de amor como ultima súplica compartilhada, mas foste, por sua conta, andaste até onde eu não pude mais te ver. Eis eu, agora,  não com os mesmo tons de coral, mas em um solo perturbado pronunciando baixo os versos que cantei, quando alimentado por teu silêncio. Esperei, como prometera, te chorei em noites inteiras. Tu foste a inspiração para a vida poética mais linda que criei, como personagem ideal de minhas óperas, porém nesse teu despertar pareço confrontar-me com a realidade de forças que se cruzam na tua vida, nos teus passos verdadeiros.
É com estranheza que sondo teus olhos à procura dos desenhos que esculpi nas noites, tudo está envelhecido, apagado. Decepciono-me ao engolir que o tanto amado era exatamente minha criação. Àquilo que respirei nos roteiros destas datas todas comemoradas a sós. Vejo em mim largos espaços que seriam evitados na tua ausência. Desse amor me sobrou o medo de dizer que ele acabou.

terça-feira, 28 de junho de 2011

22 de junho

Desculpa-me se tem que ser assim, nesse silêncio. Se podemos ser amigos e bons amigos e não somos por mim.
Ainda não passou.
Um dia eu quero poder te dá um abraço super forte e segurar na tua mão de novo, de uma maneira diferente, mas vou. Acho que agora ainda não dá. Tu ainda es meus pensamentos dos dias e noites, ainda converso contigo sempre, como uma prece, um desejo bom. As vezes eu me agarro comigo mesmo e finjo teu abraço, as vezes desenho teu sorriso na noite e fico ali, contemplando.
Não quero nada, não peço nada, tu me deste o suficiente pra que viva assim, na saudade, mas passou, como um amor perdido, como um historia linda com um fim desconhecido, para poupar as lágrimas.
Não sei se é absurdo demais ainda dizer que te amo, não sei se é absurdo demais pensar que isso é amor, talvez seja, como todo mundo fala que é, mas vivo isso ainda como parte tão grande de mim, pior, é um sentimento egoísta, onde queria eu ocupar qualquer lugar que seja estar do teu lado. Perdoe-me por isso, por não poder ainda ser teu amigo.
Alguém me disse que um dia isso passa, que o tempo vai levar e eu devo estar assim: esperando o vulto do tempo para segura-lo o quanto puder e te esquecer. Não como algo que nunca foi, mas como uma magia que marcou e ficou no seu lugar no passado, cheia de bons sentimentos, cheia de um exemplo doce. O tempo tarda, mas se tantos dizem que ele vai chegar, devo assim acreditar pelo menos para parecer menos insano.
Ontem talvez eu seja permitido em dizer que te amo, aproveito as faíscas do ontem pra poder expressar isso por aqui, pedindo licença e paciência: te amo!
Um grande abraço. Parabéns. Que Deus sempre guie seus passos para a sabedoria do caminho coerente, te desejo o melhor que há em mim.
Felicidades sempre!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Estar


Estar é flutuar entre todas as belezas operantes que integram o ar contingente de partículas vindas do corpo e jamais ser tocado por uma delas de maneira que me faça perceber existente

Estar é compor vigorosamente vidas e adquiri-las em idéias fantasiosas, líricas e heróicas

É como se eu escrevesse a crônica que dilata meus olhos conspirando então num sorriso verificado pelas substancias que salgam agora meu ser

Estar é confrontar parte que se foi com aquilo que ainda resta de tudo que não posso sentir

É viver sem vida, é praticar a intimidade infinita em meio a duvida de corresponder sorrisos

Estar, verdadeiramente é conviver sem medos de perder porque já se foi

É partir dos lugares sem anotar as lendas que se possa conviver por lá

É não mais cantar para futuros, mas viver lembranças

Estar é te lembrar quando nada se pode fazer pelos pensamentos que te trazem sempre

É querer felicidade sem pensar que ela não está em suas mãos

É abrir a alma e dilacerá-la em partes denotativas de um chão duro, em carinho de vidro

É contar dias e comemorar datas onde nada se possa fazer senão enxugar disfarçadamente as cortinas pulsantes caracterizadas pela ausência

Estar, é não estar, é querer, não querer.

É escrever o aleatório no branco e deixar brotar ressentimentos

Estar é não estar, querer e no fundo querer, somente querer.



sábado, 14 de maio de 2011

...

Não se preocupe, a madrugada vem, o frio a acompanha,
esse calor insuportável vai passar!
não, não, meu bem, sou muito mais que isso!
Dizem que sou louco, mas não dizem o que sou de verdade.
Nem sonhador, isso eu sonhei faz pouco tempo,
Apenas vendo se vira realidade.

Mais cedo eu pensei em voltar,
mas nada volta, não é verdade?
esse som entre a estrada e essa vida me acordou,
você também quando disse que queria respirar.
Eis que agora não durmo mais, não sonho mais
Você tambem tirou isso de de mim.
Me resta então a vontade do sonho
e o desejo do teu beijo
Coisas que não posso ter, 
Nem eu, nem você!

Observo que se aproxima uma tempestade,
ela, porém, não me trás medo.
Não tenho sentido tanto medo
Ele se foi em outra noite.

Vocês não falam sobre mim
Só dizem que sou louco!